Sendo espectadora assídua da
minha vida, espero que não te importes que sejas agora tu o alvo das minhas
setas, o destino da minha carta, a puta que fez com que eu deixasse de acreditar na
felicidade. Vives lasciva não sendo a sensualidade em pessoa, mas é sempre bom
termos auto-estima. Vives da luxúria porque sabes que ninguém te daria o
carinho que realmente necessitas para ser feliz. Tu não precisas de um homem
para ser feliz, tu precisas de vários. Tu não és solene, nem angelical. Tu és
uma vaca que não tem nada de sensual. Não fales de princesas porque tu nunca
chegarás a ser como uma. O batom vermelho, a pele nívea, as meias de renda
serão sempre a tua sina. Não beijas porque sabes que isso seria o toque mortal,
tu fodes e não é pouco porque só fodes a vida dos outros. Tu serás sempre a
outra, serás sempre a amante, aquela que dá prazer mas nunca é amada. Vais
acabar como todas, pobre e drogada. Olha para mim, sou uma mulher, já tu nunca
te vais tornar numa. Não usei eufemismos, nem antíteses e não usei vocábulos
muito complexos porque palavras caras não são para pessoas como tu, que se vendem
por pouco. Tu nem para puta de luxo davas. Não serves de paradigma a ninguém e
se servisses, tínhamos de ir todas para a Índia porque lá as vacas são
sagradas. Se te pudesse ostracizar, era o que faria porque ver a tua cara todos
os dias, já vai ser matar-me aos poucos. E agora puta, vai… vai embora porque
tens o batom vermelho borrado e ainda tens de trabalhar logo á noite.
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