Absorto, infâmia, é o que sinto.
Sentimento disforme que é imenso e não cabe no coração. Vontade de fugir, de me ocultar, de me apagar
por breves instantes. Lágrimas diáfanas, gritos sibilantes, gestos minuciosos,
palavras proferidas e uma grande vontade de reaver o que foi meu. De me
apoderar do que foi sem eu me aperceber. Desejo de agarrar novamente, de possuir
para sempre. A consciência diz que cessou e o coração murmura que não teve fim.
A exaltação do sentimento constante provido de dor e de sofrimento que parece
querer durar faz jus á vida decadente que levo, á falta do calor anímico, á
ausência do meu “eu” e á permanência do meu estado de espírito dissipado.
Denominam-me de diferente e de desavinda e certamente que não estão errados.
Talvez esteja mal comigo, ou com o mundo, talvez esteja quezilada com a pessoa
que amo, talvez sofra no silêncio da noite ou talvez minta quando profiro que
sofro, ou que estou farta da vida. Um dia deixarei de fingir que sou feliz…
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